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01-04-2003

Os noventa anos do ti Ferreira


Nariz

Nariz Os noventa anos do ti Ferreira Com seus dois filhos, e seus cônjuges, já definitivamente a viver em Portugal, com todos os seus netos, ainda emigrantes nos EUA, com os seus 7 bisnetos e com muitos convidados, Manuel Ferreira (em tempos também conhecido por Manuel Estóira), festejou os seus 90 anos de idade, no passado dia 31 de Julho, no Restaurante Leitão, na Palhaça. Eram cerca de 75 pessoas entre familiares e amigos, amigos esses que fez ao longo da vida. As 75 pessoas não eram só de Nariz, eram da Palhaça, do norte de Portugal, pessoas que foram empregados dele nos E.U.A., país para onde à custa de muitas tentativas, conseguiram emigrar. A festa foi organizada pelos seus netos, que estando por acaso todos cá, gozando férias, quiseram assim homenagear o avô. Lembro-me, ainda era criança, (ele, já casado), de toda a sua história. Naquele tempo (anos quarenta) a vida era difícil para toda a gente. Então, Manuel Ferreira tentou emigrar para a Venezuela. Só que o navio em que seguia, sofreu uma avaria, sendo obrigado a desviar a rota e seguir para a América, para reparação, tendo por lá permanecido cerca de 30 dias. Nesse tempo, o nosso amigo, com o espírito de aventureiro (por isso talvez o apelido de Estoira), pensou que ali é que era para ele o sítio certo. Então com o barco já pronto e a navegar, lá foi a Venezuela, mas o seu coração ficou preso na América. Ao fim de três semanas na Venezuela, passou-lhe pela cabeça meter-se no porão de um barco e ir para os E.U.A. e se bem o pensou, melhor o fez, embora este fosse um risco muito grande. Diz ele que não deseja a ninguém o que passou. Lá chegou. Pontapé daqui, pontapé dali, por lá permaneceu cerca de um ano, mas acabou por ser apanhado e deportado para Portugal. Mas a aventura não ficava por aqui e, passado algum tempo, meteu-se no navio Santa Ana e lá vai ele outra vez, para o país dos seus sonhos, no porão do navio, comendo bananas e bebendo águas, durante 15 dias. Na América e não conseguindo, de outra forma, começou a trabalhar por conta própria, mas voltou a ser apanhado e sentenciado a regressar a Portugal, com o aviso do juiz, de que, se voltasse, seria preso, tendo respondido que “vocês mandam-me embora, mas eu hei-de voltar”. E assim foi. A América não lhe saíu mais da cabeça. Conseguiu a legalização, e lá foi o ti Ferreira para a terra dos seus sonhos. Legal, começou a trabalhar, não por conta de ninguém, mas sim por conta própria. Chamou os seus dois filhos e lá nasceram seus netos. Hoje é um homem feliz, por ter conseguido o que queria, embora já com pouca saúde. Criou muitos amigos. Alguns dos convidados desta festa, foram seus empregados. Foi sempre admirado por todos, tendo em conta as suas aventuras. Também Jornal da Bairrada, de quem sempre foi assinante, se sente orgulhoso pela sua valentia e, associando-se à família, deseja-lhe mais alguns anos de vida. M.O. Martins (6 Ago / 11:54)

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